87% dos consumidores brasileiros preferem comprar de empresas sustentáveis, segundo pesquisa realizada pelo Union + Webster e pesquisas na internet por produtos sustentáveis tiveram crescimento de 71% nos últimos cinco anos, segundo o Economist Intelligence Unit (EIU) a pedido da WWF.
Por esses motivos, multinacionais, empresas e ONGS começaram a praticar o greenwashing. O termo em inglês que pode ter algumas traduções, sendo “lavagem verde”, “pintando de verde” e “maquiagem verde”, consiste em práticas de publicidade e marketing que empresas utilizam para vender a ideia de que são sustentáveis, amigas do meio ambiente e eco-friendly, mas, na verdade não são, ou querem passar a ideia errada, ou parcial do real impacto ambiental.
Infelizmente essas ações sustentáveis são máscaras, que visam lucrar com o discurso politicamente correto, mas na prática não podem ser consideradas ecológicas de fato. As empresas pretendem relacionar a imagem delas às causas ambientais, promovendo o discurso com palavras e até imagens de natureza e animais nos produtos que fabricam, mas o que vale não são as imagens e cores utilizadas, e sim a descrição verdadeira do que foi alterado naquele produto ou processo. Não seja aquele cliente que se deixa enganar por embalagens verdes e frases fofinhas.
Segundo dados do site Projeto Draft, uma pesquisa acadêmica realizada pelo ecólogo Erico Pagotto, explica três maneiras de se propagar o greenwashing. Discursos manipulados (utilizando de exageros, frases prontas e dados irrelevantes), mentiras (com dados falsos e distorção da realidade) e na hora da venda (quando utilizam ecolojas, ecosites no jargão).
Uma pesquisa realizada pelo jornal Nexo, aponta que essas ações publicitárias podem ser consideradas crime contra o consumidor e receber punição legal, mas infelizmente ainda estão passando batidas.
Greenwashing no dia a dia
Um bom exemplo é quando estamos no mercado no setor de higiene pessoal. De um lado está uma caixinha de cotonetes azul e branca com produtos de plástico e do outro uma caixinha verde, com desenhos de folhas, e com o mesmo produto de plástico. Qual dessas duas embalagens prega a ideia de sustentável? A segunda, pois é isso o que o greenwashing faz, um discurso direto ou indireto de que o produto que contém cores verdes é sustentável. Mas seja aquele cliente que escolhe a terceira alternativa: caixinha de cotonetes, que não importa se a embalagem é verde ou azul, mas que vende um cotonete à base de papel ou bambu, e não plástico, pois é isso que realmente conta.
Segundo o site Ecycle, uma pesquisa do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (IDEC) de 2018, que analisou mais de 500 embalagens de produtos de higiene pessoal, limpeza e utilidade doméstica, foi verificado que em 48% das embalagens apresentavam informações falsas sobre a responsabilidade ambiental daquela empresa.
Algumas certificações ambientais brasileiras também são fundamentais na hora de checar se determinada marca é sustentável ou não. São elas: FSC (Forest Stewardship Council), IBD (Instituto Biodinâmico), PROCEL , Ecocert e ISO 14021. Mas pregue um bom diálogo com a empresa e busque informações relevantes de como é efetuado o produto, com quais materiais e se possuem programas de logística reversa. Tudo isso conta para um processo de consumo e produção mais sustentáveis.
E não se enganem! Não existe nenhum consumo 100% sustentável, afinal, só o transporte para o produto chegar até sua casa, já é prejudicial para o meio ambiente.
Então quer dizer que todas as empresas fazem greenwashing?
Não! O greenwashing requer uma dissimulação, manipulação e venda enganosa.
Na ciclou, por exemplo, nos consideramos uma empresa com uma opção de consumo mais sustentável. Gostamos também de mostrar a transparência no processo de transformação, descrito em todos os serviços do nosso site. Exemplo, se precisarmos usar zíperes e alvenarias novas, usaremos, e se precisarmos complementar os materiais enviados pelo cliente para criar um produto esteticamente mais bonito, ou com maior funcionalidade, também vamos. Mas temos sim um pilar sustentável forte por usarmos materiais que já existem no foco principal da produção de novos produtos, mas que em algumas vezes não são 100% do material utilizado. O foco é evitar o desperdício de matéria-prima, seja pelo descarte ou pela ociosidade.
A regra também se aplica a nós consumidores, não seja como essas empresas que pregam um discurso e aplicam outro. Não compre por exemplo um produto que contenha 50% menos de plástico em sua composição, em uma sacolinha de plástico de mercado. Seria meio contraditório, não? Seja coerente na fala e nas ações, que com certeza vamos ajudar a preservar o nosso meio ambiente.
Se você está sempre em busca de uma vida mais sustentável e conectada com o meio ambiente, aproveite para acompanhar o blog da ciclou e nossas redes sociais!
Ameeeei